segunda-feira, 19 de outubro de 2009

something is missing;

Mais uma vez abandonei um pouco o blog, mas por motivos de força maior. Meu post não podia passar de hoje, sério, tenho muita coisa pra falar. Não vou contar na ordem cronológica, bjs. Bom, essa noite sonhei com a bomba atômica :S SIM, eu não tinha nada mais bizarro com o que sonhar. O fato é que foi muito terrível, eu olhava pra rua de dentro de um restaurante e via a fumaça da bomba (na vida real eu já estaria morta a muito tempo), eu estava desesperada, mas ninguém parecia se importar. Juro, tooooda a aula de história sobre Hiroshima, me veio na cabeça, eu sabia que eu ia morrer, que não tinha o que ser feito, na melhor das hipóteses eu teria meu corpo completamente carbonizado e ficaria agonizando até morrer. Eu perguntei e a minha mãe me disse que estávamos a 11m da bomba, eu sabia que tinha que correr muito pra ter alguma chance. Ok, eu sabia que não tinha chance, mas eu me recusava a ficar esperando morrer o_o. Saí correndo com a minha mãe, mas ela não conseguia correr e mancava, eu não podia deixar ela pra trás. Nunca vou conseguir explicar meu desespero. Juro por tudo, a única coisa que eu tinha em mente era "não, eu não posso morrer, e o David? não, não posso desistir aqui" era tudo o que passava pela minha cabeça. Às vezes eu pensava que não ia adiantar nada mesmo, que era melhor ficar ali sentada, esperando. MAS NÃO, EU NÃO PODIA, EU TINHA QUE CORRER. Eu correria com todas as minhas forças, eu não ia parar de correr. Ao mesmo tempo eu sabia que não podia deixar minha mãe pra trás, se ela ficasse pra trás e morresse, eu voltaria e morreria com ela. MAS EU NÃO PODIA. Será que eu não podia ter as duas coisas? Será que não tinha como eu e a minha mãe sobrevivermos? Em outras palavras, será que não tinha como eu ter a minha mãe e o David? Como eu poderia escolher? Será que eu teria coragem de correr, como eu me sentiria depois? Bom, eu acordei em pânico e isso me chocou profundamente. Eu tenho um discurso meio político-social, mas deixo pra outro dia.
Segundo fato de hoje que me fez parar e pensar em alguma coisa, ou sentir alguma coisa: voltando pra casa no fim da tarde, do meu lado no ônibus tinha uma mulher mandando uma mensagem pra alguém pelo celular, sei lá por quê, chamou minha atenção e eu li "tudo bem, já estou indo pra casa. também te amo". Juro que não achei explicação lógica pra isso ter mexido comigo. Mas na hora, eu senti um vazio enorme e comecei a entender o que os meus professores de literatura falam. Nenhuma pessoa é uma pessoa comum, cada uma tem uma história, uma vida, uma família, sonhos e tudo mais. Parar pra pensar nisso, estando num lugar cheio de pessoas desconhecidas é muito louco. Por uns minutos eu pensei naquela mulher, na vida dela, em quem esperava ela em casa, de onde ela estava voltando, pensei em como ela se sentiria em ver a pessoa pra qual ela mandou a mensagem, o que essa pessoa sentiria ao vê-la, muita coisa. O vazio eu não sei explicar, mas ele continua aqui.
Hoje durante a maior parte do meu dia eu vegetei, pensei, quis, senti e sei lá. Acho que pensar que são só mais 4 semanas me deixa meio down -q. Saber que mais uma vez vai ser tudo igual, ver a mesma história se repetir. Não é legal saber o final de algo, sendo que esse final não é bem aquele esperado. Eu não vou cometer o mesmo erro, vou deixar passar, por mais que isso me mate.

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